A Fundação Serralves abre hoje no Porto, a exposição de JOANA VASCONCELOS - I'M YOUR MIRROR, às 22 h, em noite para convidados. A partir de amanhã, ficará aberta para o público.
Esta exposição foi apresentada antes no Museu Guggenheim em Bilbau e foi a primeira mostra individual de um artista português no Guggenheim, tendo recebido mais de 640 mil visitantes.
Entre as peças novas apresentadas em Espanha contou-se uma máscara veneziana com 2,5 toneladas, feita com 231 molduras de duplo espelho, e um anel solitário, de três toneladas, com 112 jantes de carro e 1.324 copos de cristal.
Esta exposição reúne mais de 30 peças, datadas de 1997 até à atualidade, cobrindo duas décadas de prática artística e analisando o seu desenvolvimento como artista. Inclui muitas das suas obras mais conhecidas, como a Cama Valium (1998), A noiva (2001–05), Burka (2002), Coração independente vermelho (2005), Marilyn (2011) e Lilicoptère (2012), assim como novos trabalhos criados para esta mostra, como Finisterra, I’ll Be Your Mirror ou Solitário (todos de 2018). A exposição estende-se até aos jardins do Parque de Serralves através de monumentais esculturas de exterior.
Joana Vasconcelos: I’m Your Mirror é organizada pelo Museo Guggenheim Bilbao, em parceria com o Museu de Arte Contemporânea de Serralves e a Kunsthall Rotterdam, Roterdão, e é comissariada por Enrique Juncosa.
INAUGURAÇÃO 18 FEV (SEG) | 22H
LOCAL: Museu e Parque de Serralves
DIAS 19 FEV 2019 - 24 JUN 2019
CONVERSA COM A ARTISTA E COMISSÁRIO 19 FEV (TER) | 18H30
Joana Vasconcelos (Paris, 1971) é uma das artistas mais conhecidas da sua geração. Estudou em Lisboa e começou a expor nos anos 1990, mas foi apenas após a sua participação na Bienal de Veneza de 2005 — onde apresentou A noiva (2001-05), um gigantesco candelabro feito com tampões — que alcançou um amplo reconhecimento internacional. A noiva (2001-05) foi instalado na primeira sala da exposição principal da Bienal de Veneza, rodeado de trabalhos do grupo The Guerrilla Girls, criando de imediato um enorme burburinho e sendo classificado como uma das obras a não perder esse ano. Desde então, e ao longo dos últimos 14 anos, as obras de Vasconcelos têm sido alvo de numerosas apresentações, obtendo o apreço tanto do público como da crítica. Os seus projetos recentes incluem: uma exposição no Palácio de Versalhes em 2012, que atingiu os 1.800.000 visitantes; o seu projeto para o Pavilhão de Portugal na Bienal de Veneza de 2013 — Trafaria Praia, um cacilheiro que percorreu vários locais nos canais da cidade; ou uma exposição antológica no Palácio Nacional da Ajuda, em Lisboa, também em 2013. Ao longo deste período, Vasconcelos desenvolveu também um grande número de projetos públicos de escultura em diferentes partes do mundo.
Joana Vasconcelos usa diversos materiais da vida quotidiana na elaboração das suas obras, incluindo eletrodomésticos, azulejos, materiais têxteis, cerâmicas populares, mobiliário, garrafas, medicamentos ou talheres de plástico. Partindo destes materiais constrói obras surpreendentes, carregadas de significado, que exploram temas que vão de questões de identidade (indivíduo, mulher, nacional ou europeu) a temas políticos que se centram nas sociedades globalizadas pós-coloniais. O seu trabalho também recorre ao humor e às emoções, simultaneamente convocando a participação e a interpretação do espectador. A obra de Vasconcelos mistura ideias da cultura popular e erudita, clichés nacionais, técnicas de manipulação que incentivam o consumismo e um entendimento muito eficaz do espaço arquitetónico para nos convidar a repensar muito do que tomamos por certo no nosso dia a dia. A artista tanto recorre a técnicas artesanais tradicionais como a tecnologia de ponta para elaborar trabalhos que constituem situações sincréticas de densidade histórica e cultural — como uma visualização tridimensional de uma epopeia multicultural.
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