O espaço «Evangelho da Vida», dos Franciscanos Capuchinhos, em Fátima, apresenta a partir de Janeiro 2020, cerca de 1300 presépios, no que pretende ser um novo polo de evangelização e cultura da Ordem dos Frades Menores Capuchinhos.
“O presépio é a demonstração cultural de cada povo e também o respeito de cada povo. Desde os materiais, em ferro, pau-preto, ouro, marfim, toda a natureza incultura no criador e, depois, os povos criam ao seu jeito”, explica o Frei Capuchinho Lopes Morgado, mentor do projeto que ao longo dos anos foi colecionando cerca de 1300 presépios de diferentes origens e criados com diversos materiais.
“O presépio é, tal como uma criança que nasce: as pessoas derretem-se e ficam na expetativa. Uma referência ao presépio leva as pessoas a visitar as fontes. Este local não é para um visitante apressado”, indica o religioso, referindo-se ao espaço inaugurado hoje e que apresenta presépios dos cinco continentes.
O espaço, agora inaugurado, vem “enriquecer o centro bíblico” dos Capuchinhos, destaca o Frei Fernando Alberto Cabecinhas, superior provincial dos Capuchinhos em Portugal.
“Sonhamos com este espaço poder enriquecer o centro bíblico, por si já um centro de evangelização, um anúncio da palavra de Deus para os que podem visitar o espaço, agora enriquecido com esta coleção de presépios, que tem muito de arte, artesãos de grande nome, com um aspeto cultural de diversas proveniências”, indica.
A coleção está organizada em cinco polos, e convida a percorrer distintos espaços, estando um especialmente dedicado para os presépios portugueses, a gruta, que, acredita o religioso, “será o espaço para exposições temáticas ou temporárias”.
No percurso, o visitante é levado através das «Fontes», «Promessa», «Cumprimento» e «Anúncio», sendo o quinto espaço dedicado a «São Francisco e ao seu presépio».
O Frei Lopes Morgado apresenta um “percurso interno” que convida a levar “a Bíblia para a vida”, adiantando ter já agendamentos de escolas e grupos de catequese para visitas.
“Em qualquer situação da sua vida que as leve (as pessoas) a lembrar o que aqui visitaram no espaço museológico”, sugere o frei capuchinho.
Detentor de uma vasta coleção de presépios, o religioso recorda que cada exemplar que recebeu foi sendo colocado “num espaço comum dos frades” na casa da comunidade e, só posteriormente, recolhido para um local apropriado.
“Toda a vida tive um presépio no meu lugar de trabalho”, recorda.
A imagem de simplicidade não deixa de tocar quem aprecia a arte mas também a representação, fazendo do presépio um “veículo de uma mensagem que toca o coração”, sugere o provincial em Portugal.
“Tudo o que toca as pessoas no seu íntimo e na sua sensibilidade, assim representada com criatividade, sem perder o mistério por detrás, é sempre algo que pode ser muito importante na transmissão de uma mensagem. As palavras são importantes mas uma mensagem visualizada que toca o coração, sensibiliza uma pessoa”, reconhece o Frei Fernando Cabecinhas.
O responsável destaca estar em curso uma iniciativa denominada «Amigos do Presépio», um grupo vocacionado para manter o espaço e potenciar “a sua linha evangelizadora”.
“Queremos propor que à volta da coleção se crie um grupo de amigos que possam sustentar economicamente o projeto mas que possam, também, ajudar na reflexão do mistério da encarnação, de refletir no compromisso e, no futuro, ser guias nas visitas a estes presépios”, sugere.
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