A Direção Regional de Cultura do Centro vem convidar para a inauguração da exposição de fotografias (O)PORTO de José Bacelar, no dia 14 de dezembro, sexta-feira, pelas 18h30, na sala de exposições temporárias do Mosteiro de Santa Clara-a-Velha. Exposição patente até dia 13 de janeiro 2019, com entrada livre.
José Manuel Bacelar é fotógrafo profissional. Vive entre o Porto e Londres. Completou o Curso Superior em Documentary Photography pelo London College of Communication – University of the Arts of London (2008). Trabalhou para os mais prestigiados jornais portugueses. Em 2003 torna-se freelancer. Trabalha principalmente como fotógrafo documental. Tem trabalho publicado no Le Monde 2, VSD, Stern, Focus, The Independent on Sunday Review, Visão, Grande Reportagem, Exame, Única, Noticias Magazine. Nos últimos anos foca-se principalmente em projetos pessoais. Ganhou vários prémios: Euro Press Fuji Awards, categoria de reportagem (2003), Grande Prémio Visão Fotojornalismo (2004). Nos últimos anos expos em Londres, Oslo, Paris, Lisboa e Porto, entre outras cidades.
(O)PORTO
“A vida é o que fazemos dela. As viagens são os viajantes. O que vemos, não é o que vemos, senão o que somos”
Fernando Pessoa
O Porto é um lugar de memórias. Tenho aqui algumas raízes. É um lugar de que gosto, um lugar onde acabo sempre por voltar. Tenho vindo a fotografar a cidade, a família, amigos e conhecidos. Fotografo-os à medida que os encontro. De uma ou outra forma, todos habitam o Porto.
Cruzo-me com lugares que me fazem sentir. Fotografo-os. Reflectem o que sinto, como me sinto, o que sou e por onde vou. E muito tenho deambulado pela cidade. O Porto das deambulações, das paixões e do sentido da vida. Perco-me na cidade que conheço e na cidade que descubro.
Continuo a reencontrar velhos amigos e conhecidos, conheço pessoas. Deixei de ver a cidade como um todo. Passei a vê-la como fragmentos, fragmentos da minha identidade, do meu sentir. Sou parte do Porto, tal como sou parte de qualquer cidade.
A viagem, o quarto, os dois na cama, o olhar forte da proximidade, o rosto por trás dos prédios, a amizade e o amor incondicional, a cadela, os filhos dos outros, os filhos dela e a minha, as asas do anjo, ela adormecida, eu ao espelho, um abraço, um toque na mão, as árvores, as palmeiras, as marcas no corpo e na pedra, as memórias da casa...
Enfim, a cidade é a alma que a habita. O Porto que se sente. É o Porto que sinto, porque “o que vemos, não é o que vemos, senão o que somos”.
José Bacelar
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